sábado, 6 de agosto de 2011

Texto sério de verdade meishmo - No meio do caminho.

Então né, super não lembrava da existência desse texto - nem sei pra quê escrevi ele, na verdade, acho que foi lição de casa - mas achei ele todo amassado e desbotado no meu caderno de terceiro ano. Abaixo, O Texto:




No meio do caminho.

A criança cresce de cabeça cheia. Sente-se grande, crê piamente que se tornará o máximo, acha que vai abafar. Um famoso médico que descobre a cura da AIDS, um policial que sempre prende todos os vilões, uma linda atriz que arranca suspiros por onde passa, etc. É aí que, no meio do caminho, tinha uma pedra... e o resto é história.

De fato, a vida é uma estrada de cascalhos. Começa com você tropeçando num pedregulho; depois, uma topada numa pedra; a seguir, dá de cara com um rochedo; e, se não tomar cuidado, em breve o indivíduo estará rolando barranco abaixo, caindo num foss que, só posso supor, estará cheio de pedrinhas pontudas. A pessoa precisa viver olhando pro chão, tomando cuidado, mas todo mundo sabe que não dá pra correr olhando pro chão -- acredite nas palavras de quem já tentou, um morcego segurando uma cabra pode surgir do nada e lá se foi. Portanto, na vida, há apenas duas opções; andar de cabeça baixa, nas pontas dos pés, ou dar a cara a tapa e desparar em desabalada carreira.

Qual a vantagem de ir chapinhando no cascalho para não se ferir? Bem, justamente, você não se fere. Chega na linha de chegada invicto, intacto (e provavelmente uns cinco dias depois da maratona acabar). E como foi a sua caminhada? O que você viu no caminho? Pedras, pedrinhas, areia. Fantástico, o horizonte. Vale a pena chegar inteiro até o fim? E essas crianças de joelho sangrando, mas rindo, deleitando-se com o risco que correram (talvez depois cheguem a chorar quando passarem o merthiolate, mas e daí)? Quem aproveitou mais? Você que não está ferido, ou quem se feriu e se divertiu?

Dispensando um pouco a alegoria, as pessoas não podem se deixarem parar por seus problemas (diria "por suas pedras", mas dispensei a alegoria na primeira oração). Mastigue esse clichê com um pouco de frango e reflita; Eistein elaborou a teoria sobre o efeito fotoelétrico no porão de sua casa, durante os descansos do duro trabalho (que nada tinha a ver com física, era funcionário público se me contaram bem) e da criação dos filhos. E se ele tivesse se deixado parar por esses fatores? Pense bem, interlocutor. Ele ganhou um Nobel quando poderia muito bem ter batido de cara no cascalho (perdão, voltei com a alegoria).

Então, criança, esqueça o quão dói cair e corra; como diria um amigo meu, "se joga". Você raramente tem algo a perder (com o tempo você ganha o discernimento necessário), não fique se detendo no "eu não consigo, não dá, não rola". Claro que rola. Se não você, algo haverá de rolar.

Consideração final: só não jogue poeira na cara de quem estiver correndo com você. Isto é um pouco descortês (e depois alguém pode querer se vingar atirando uma pedra de verdade. Ou um morcego segurando uma cabra).


o fim. q

Altamente dorgas.

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